

Endoscopia
Saiba tudo o que acontece durante uma endoscopia digestiva
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​Elaborei um guia rápido sobre esse procedimento, mas que tem alguns detalhes que devem ser compreendidos
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Mesmo sabendo que é um procedimento riscos mínimos, realilzado por tantas pessoas todos os dias, sair do consultório médico com um pedido de endoscopia em mãos pode deixar algumas pessoas ansiosas – por imaginas a pasasgem do aparelho, desconhecimento sobre o procedimento e principalmente pela sedação. Porém entender as etapas da endoscopia ajuda a tranquilizar.
A endoscopia digestiva alta é uma rotina preventiva, que permite o diagnóstico de inúmeras doenças do aparelho digestivo como alguns cânceres em estágio inicial ( principalmente do esôfago e estômago).
O exame permite visualizar o esôfago, o estômago e o início do intestino delgado. Muitas lesões são, inclusive, tratadas precocemente, evitando muitas vezes cirurgias de grande porte.
Dr. Frederico Fonseca Campos, titular da sociedade brasileira de endoscopia - SOBED e com formação em endoscopia avançada pelao Hospital das clínica da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, responde algumas dúvidas para tranquilizar e tirar algumas duvidas sobre este procedimento corriqueiro.
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Como deve ser o preparo para a endoscopia?
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É preciso fazer uma dieta mais leve na véspera, evitando de comer alimentos de difícil digestão, como carne vermelha. O tempo de jejum normalmente é de oito horas para alímentos sólidos; Alimentos ditos líquidos restritos como agua, chá (ausência de proteínas) necessitam de três a quatro horas. O estômago precisa estar completamente limpo e vazio, para permitir o estudo da mucosa dos órgãos. E caso o jejum não seja respeitado, o paciente tem um risco de apresentar aspiração do conteúdo no estômago para o pulmão e ter complicações, as vezes graves.
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Posso conversar com o médico antes de entrar na sala de procedimentos?
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Claro. Chegando ao hospital ou clínica, a primeira faser do exame compreende a entrevista médica. Aproveite para tirar todas as dúvidas com o seu médico endoscopista. As perguntas feitas na entrevista devem ser respondidas corretamente: período correto do jejum, medicamentos de uso constante, cirurgias prévias, alergias, problemas de saúde, exames prévios. Nunca omita nenhum dado.
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Há medicamentos que interferem no exame?
Sim. Os anticoagulantes usados para diminuir o risco de tromboembolia "ralear o sangue" (clopidogrel, AAS, marevan e similares). Eles não interferem no realização do exame disgnóstico, porém eles afetar em exames terapeuticos que necessitem de biópsia ou retirada de pólipos (se for necessário). O risco de sangramento aumenta porque o sangue não coagula – então essa medicação muitas vezes devem ser suspensa antes do exame. Além disso, pacientes diabéticos que usam insulina também devem pedir orientação ao seu médico.
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A endoscopia é feita com sedação endovenosa?
Normalmente sim, pois este procedimento pode ser um pouco desconfortável devido a sensação de náuseas pela introdução do aparelho. A sedação tem efeito rápido dependendo do farmaco utilizado, podendo durar praticamente o tempo do exame, e o paciente acorda logo após o seu término. A monitoramento cardíorespiratório é realizada desde o ínicio do procedimento.
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Pode ser realizada apenas com anestesia tópica?
Sim, apesar do desconforto é possivel realizar sem sedação venosa. Alguns pacientes, que apresentam uma tolerância maior, preferem ficar acordados durante o procedimento. Nesse caso, o endoscopista aplica um spray anestésico na garganta para reduzir o desconforto e a sensação de máuseas. O monitoramento das funções vitais é realizada da mesma maneira.
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Como acontece o exame?
O médico endoscopista insere um tubo flexível bem fino (com luz e microcâmera na ponta) pela garganta, fazendo o percurso da boca, esôfago estômago e o ínicio do intestino delgado. Tudo é observado e gravado em imagens em tempo real pelo monitor de vídeo.
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É comum introduzir ar no estômago?
Sim, a insuflação de ar no interior do estômago e demais órgãos é essencial para a adequada visualização. Mas grande parte do ar que foi injetado é aspirado no final – e o paciente não sentirá mal-estar. Em alguns casos terapeuticos pode ter um maior insuflação de ar ocasionando leve desconforto, que melhoram logo após a liberação do ar.
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Quais complicações podem ocorrer durante o procedimento?
A endoscopia digestiva realizada por profissionais capacitados é extremamente segura e as complicações são incomuns. Mas, assim como todos os procedimentos que envolvem sedação, há riscos cardiopulmonares, arritmias, parada respiratória, reações anafiláticas. Outros riscos bem mais raros são de perfuração, sangramentos e infecções (geralmente pela migração de bactérias do aparelho digestivo para a corrente sanguínea).
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Que doenças o exame pode detectar?
São várias, mas entre as mais comuns estão gastrite, úlceras pépticas, tumores, inflamação do esôfago e intestino delgado, refluxo gastroesofágico, câncer de esôfago, de estômago ou de duodeno, doença celíaca.
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Se forem encontrados pólipos, úlceras, tumores, o que pode ser feito?
Ao diagnósticar alterações o médico endoscopista pode tanto tratar imediatamente ou remarcar um novo exame, e assim proceder o tratamento de maneira segura e planejada. Os pólipos são retirados de maneira minimamente invasiva. Lesões suspeitas são biópsiadas e encaminhadas para estudo histopatológico. Sangramentos causados por úlceras são tratados com medicamentos e muitas vezes com o auxilio de técnicas endoscópicas, sendo uma alternativa à cirurgia.
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O câncer é uma lesão facilmente detectada, ainda que em estágio inicial?
Quando realizado por médicos experientes e capacitados com auxilio de imagem de alta resolução, grande parte das lesões são diagnósticas. Independentemente da fase do tumor, é possível ter o diagnóstico. Cânceres iniciais são, devem ser encaminhados para profissionais treinados para serem avaliados a possibilidade de serem tratados pela técnica endoscópica. Em estágios avançados, o tratamento passa a ser cirurgico. Por isso a importância de realizar o procedimento de forma preventiva.
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Qual a duração do exame?
A endoscopia diagnóstica é um exame rápido: de 10 a 15 minutos. No caso da endoscopia terapêutica a duração pode variar, dependendo de vários aspectos como tipo de anestesia e o tipo de lesão.
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A partir de que idade a endoscopia se torna um exame de rotina?
Na prática preventiva, costuma ser solicitada a partir dos 50 anos. No entanto, pode ser realizada a qualquer momento, caso o paciente tenha queixas, dentre estas, queimação ou dores abdominais, vômitos, náuseas, refluxo. Pessoas com histórico familiar de pólipos ou câncer devem fazer o exame mais precocemente, de acordo com a solicitação médica.
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O que acontece após o procedimento?
Recomenda-se repouso por cerca de 30 minutos, até se recuperar da sedação. O paciente deve comer algo leve e ir para casa sempre acompanhado. Não é permitido dirigir. Caso sinta algum mal-estar, deve-se procurar o pronto-atendimento para avaliação.
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